Revelando por que crianças tornam-se bilíngües tão facilmente
Por Lauran Neergaard, AP
Em média, bebês monolíngües e bilíngües começam a falar em torno de 1 ano e podem falar 50 palavras com 18 meses.
WASHINGTON - O melhor momento para aprender uma língua estrangeira é entre o nascimento e 7 anos.
Uma nova pesquisa mostra como os cérebros das crianças podem tornar-se bilíngües facilmente.
Cada linguagem usa um conjunto exclusivo de sons. Os cientistas sabem agora que os bebês nascem com a capacidade de distinguir todos eles, porém essa capacidade começa a enfraquecer, antes mesmo que comecem a falar, antes do primeiro aniversário.
Kuhl oferece um exemplo: o japonês não distingue entre os sons “l” e o “r”, “lima” e “rima” soam igual. Sua equipe comprovou que um bebê de 7 meses de Tóquio e um bebê de 7 meses em Seattle respondem bem diferentes àqueles sons. Mas com 11 meses, o bebê japonês perdeu muita dessa capacidade.
Mas como pode-se testar um bebê? Pelo controle do olhar. Faça um brinquedo divertido aparecer num lado ou no outro, sempre quando tiver um determinado som. O bebê aprende rapidamente a olhar para esse lado sempre que ele ouve um som totalmente novo, mas semelhante. Escaneamentos cerebrais (não invasivos) mostram como o cérebro está processando a impressão da linguagem.
Dominar seu idioma principal atrapalha no aprendizado de um segundo, menos familiarizado, sugere a investigação de Kuhl. O cérebro não sintoniza em sons que não se encaixam em sualíngua principal, deixando-os fora da sua percepção.
Em média, bebês monolíngües e bilíngües começam a falar em torno de 1 ano e podem falar 50 palavras com 18 meses.
É notável que bebês criados bilíngües - simplesmente falando com eles em dois idiomas - possam aprender duas línguas ao mesmo tempo em que a maioria dos bebês leva para aprender apenas um.
Pesquisadores italianos perguntaram-se por quê não houve um atraso, e relataram neste mês na revista “Science” que ser bilíngüe parece tornar o cérebro mais flexível.
Os pesquisadores testaram 44 bebês de 12 meses de idade, para ver como eles reconheciam padrões de três sílabas - palavras sem sentido - apenas para testar a aprendizagem do som. Com certeza absoluta, o controle de olhar mostrou que os bebês bilíngües aprenderam dois tipos de padrões ao mesmo tempo - como “lo-ba-lo” ou “lo-lo-ba”, enquanto os bebês de um idioma aprenderam apenas um, concluiu Agnes Melinda Kovacs Italys da Estudos Avançados.
Portanto, a aprendizagem de uma nova língua fica mais fácil até aos sete anos com a capacidade diminuindo acentuadamente, após a puberdade.
“Estamos vendo como o cérebro fica mais maleável e apto para criar novos circuitos antes, do que após a puberdade”, diz Kuhl. Isto nos mostra que o processo é totalmente diferente para um adulto, que não aprende da mesma maneira e, não se tornará (tão bom quanto) um falante nativo.
O que poderia ajudar as pessoas que perderam sua janela de oportunidade na infância? O cérebro do bebê precisa de interação pessoal para assimilar um novo idioma - apenas TV ou CDs não funcionam. Então os investigadores estão tentando melhorar a tecnologia usada para adultos na aprendizagem de línguas, objetivando torná-la mais social, criando possivelmente os circuitos cerebrais que a criança usa.
Lembra-se dessa dificuldade japonesa do L e do R? Kuhl, cientistas de Tokyo Denki University e da Universidade de Minnesota ajudaram a desenvolver um programa de computador em que pessoas falam “mamalés”, uma linguagem com o mesmo exagero de sons que os pais usam com bebês.
Estudantes japoneses que tinham pouca exposição ao inglês falado, passaram por 12 sessões ouvindo exagerados L's e R's vendo o rosto de instrutores computadorizados pronunciando palavras em inglês. Escaneamentos do cérebro feitos com um dispositivo chamado MEG (magnetoencephalografia), que mede a atividade cerebral em milissegundos, mostrou que os alunos conseguiam melhorar a distinção entre aqueles sons alienígenas. Também pronunciaram melhor stes sons, relatou a equipe no Jornal “Neuroimage”.
“A nossa tentativa é muito preliminar, mas os resultados foram fenomenais”, diz Kuhl. “Entretanto, prefiro ver os pais seguir o processo biológico e expor os jovens desde o início a falar uma segunda língua em casa, buscar um grupo para brincar ou um educador para que seu filho possa ouvir outro idioma regularmente.”
“Você ficará surpreso”, diz Kuhl. “Eles absorvem como esponjas”.
(traduzido por gringo, desculpe qualquer erro)
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